MG 7371“A escravatura acabou” gritaram os trabalhadores que se concentraram ontem em frente à sede da empresa dos supermercados Dia Minipreço, em Oeiras.

A greve dos trabalhadores da empresa dos supermercados Dia Minipreço, realizada ontem, teve uma adesão histórica, qualificou o CESP – Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços. Dezenas de lojas encerraram e os armazéns, em Vialonga, estiveram completamente parados no turno da tarde. “Foram centenas os trabalhadores que disseram não aos baixos salários e à proposta de aumento salarial apresentada pela empresa que não dignifica os que geram os lucros”, informou o sindicato numa nota à imprensa.

Os trabalhadores rejeitaram a política da empresa de horários desregulados, à margem da Lei, que impossibilitam conciliar trabalho e tempo pessoal e família, para além dos variados casos de assédio que os trabalhadores sofrem no local de trabalho.

Os motivos de indignação e revolta são muitos e foi isso que levou mais de 500 trabalhadores a concentrarem-se em Oeiras, Vila Nova de Gaia e Albufeira, onde foram escutadas várias intervenções exigindo a melhoria das suas condições de trabalho e de vida. O Secretário-Geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, esteve na concentração realizada frente à sede da empresa, em Oeiras.

Foram feitas denúncias na primeira pessoa, relativas ao impedimento da utilização das horas de amamentação (que penalizam as mulheres, mas acima de tudo os bebés), de jornadas de trabalho de mais de 12 horas diárias, incumprimento dos descansos mínimos de 11 horas entre jornadas de trabalho, para além de assédio, pressões e repressão sobre os trabalhadores.

Nas concentrações foi aprovada entregue à empresa uma resolução com o compromisso dos trabalhadores em prosseguirem a luta, caso não sejam satisfeitas as suas reivindicações e não sejam resolvidos os problemas ali denunciados.

Para dar continuidade à luta o CESP emitiu um pré-aviso de greve, decidido pelos trabalhadores, para o dia 1 de Maio. Nesse dia, mais uma vez, os trabalhadores encerrarão lojas e participarão nas manifestações da CGTP-IN em todo o país.

FONTE: CESP