Trabalhadores concentraram-se, dia 31 de Maio, junto à empresa, em luta por direitos e futuro da empresa.

Fonte: SITE Norte

A Ambar tem hoje 150 pessoas ao seu serviço. Em 2000, tinha 700 pessoas ao serviço, e antes chegou a ter mais. Em 2008, ainda eram 340 pessoas que trabalhavam na Ambar.

A redução do número de trabalhadores foi efectuada essencialmente através de despedimento pelo chamado “mútuo acordo”, embora tenha recorrido a despedimentos colectivos envolvendo cerca de 50 pessoas em 2010 e 2011.

No final de 2011 recorreu igualmente a um processo de lay-off, que durou 5 meses e atingiu 76 trabalhadores. Desde o início de 2012 que os salários são pagos com atraso.

Não foram pagos os subsídios de férias e de Natal de 2012. Praticamente há oito anos que não existe actualização geral de salários.

O volume de negócios era em 2009 da ordem dos 23 milhões de euros e em 2012 foi de pouco mais de 6 milhões de euros.

Os custos com pessoal foram da ordem dos 6 milhões de euros em 2009; e passaram praticamente para metade em 2012.

Os resultados negativos têm-se repetido sucessivamente, nos últimos anos: em 2009, da ordem dos 2 milhões de euros; em 2010 e 2011 ultrapassando os 3,5 milhões de euros; em 2012 aproximando-se dos 4 milhões de euros. Mais duma dezena de fornecedores colocaram processos em tribunal, para reaverem os seus créditos.

A administração da Ambar conseguiu através de acordo, ladear dois processos de insolvência. Entretanto desde Fevereiro de 2013, um grupo de trinta trabalhadores, onde estão incluídos um grande número dos seus quadros superiores e chefias, requereram a insolvência, que a administração da empresa contestou, decorrendo o processo no Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia, estando marcado julgamento para a primeira semana de Junho.
Existe dívida à Segurança Social superior a um milhão de euros e às Finanças da ordem dos 600 mil euros. Desde 1996 que a administração da Ambar, é liderada pela dra. Isabel Barbosa, filha do fundador da empresa.

No dia 22 de Maio último, em reunião com a administração, esta transmitiu que se tinham frustrado as negociações que decorriam desde 2012, com investidores interessados na empresa, sob o patrocínio de entidade bancária.

Nessa reunião a administração informou igualmente que ia apresentar um processo de revitalização.

Sendo-lhe chamada a atenção que tal obrigava a que negociasse com o grupo de trabalhadores que requereu a insolvência. Ministérios da Economia e Emprego e da Segurança Social (governo) têm conhecimento directo e indirecto de toda a situação, quer por reuniões no seu âmbito realizadas, na intervenção da ACT (Autoridade para as Condições de Trabalho) e pelas suas competências no acompanhamento do recurso da empresa a fundos especiais ou no controlo da legalidade de rescisões por mútuo acordo.

Mas a intervenção governamental tem sido nula, perante a incompetência duma administração que não respeita os direitos dos trabalhadores e põe em causa o futuro da empresa.

Os trabalhadores apesar de extremamente penalizados e sacrificados, continuarão com o seu esforço e acção a reclamar o respeito pelos seus direitos e pelo futuro da empresa.

30.Maio.2013 A Direcção