O Sindicato da Hotelaria do Norte está a realizar a acções de luta à porta dos hotéis, restaurantes, cafés e pastelarias da região por aumentos salariais, contra a precariedade e na defesa dos direitos. Os salários não são actualizados desde 2011, mesmo com o sector a crescer sucessivamente desde 2013, com um aumento enorme de hóspedes e dormidas.
A iniciativa inclui a distribuição de comunicados em português e em inglês e na recolha de assinaturas dos clientes num abaixo-assinado que é enviado por fax para a empresa, no final do dia. As primeiras acções decorreram no grupo Fênix, o maior da cidade do Porto, no Hotel Ipanema Park, um hotel de 5 estrelas que, como os demais no grupo, não dá aumentos salariais há 5 anos. Depois vão prosseguir nos demais hotéis que ainda não deram aumento salariais este ano e também nos restaurantes, cafés, pastelarias e similares.
Segundo os dados do INE, publicados recentemente, os estabelecimentos hoteleiros registaram 1,8 milhões de hóspedes e 5 milhões de dormidas em Maio de 2016, correspondendo a acréscimos homólogos de 5,1% e 7,8%. Os proveitos totais aumentaram 15,8%. Os preços já ultrapassam os praticados antes da crise de 2008.
Os patrões querem igualar os preços em Portugal às principais cidades europeias, em particular a Barcelona e Madrid, mas deixam para trás os trabalhadores e estão de costas voltadas para quem produz a riqueza e lhes dá o lucro. A igualdade dos preços deve igualar ao mesmo tempo os salários.
FONTE: Sindicato da Hotelaria do Norte
Apenas alguns hotéis e restaurantes aumentaram os salários devido à pressão sindical e dos trabalhadores. Todavia, os salários são muito baixos.
A descida do IVA de 23 para 13% não surtiu os efeitos prometidos. Os preços não reduziram, pelo contrário continuam a subir. Há especulação nos preços do alojamento e restauração porque estes aumentos nem têm fundamento legítimo. Não foram aumentados os salários. Não foi criado emprego de qualidade e o pouco emprego que está a ser criado é precário.
A redução do IVA não vai sequer reduzir a precariedade e a forte exploração do trabalho existente: jornadas de trabalho de 10 e 12 horas diários sem pagamento do trabalho suplementar; trabalho não declarado. Há muitos patrões que só declaram metade do que paga, o que, alem do mais, constitui uma violação dos direitos do trabalhador.