A Federação dos Sindicatos de Hotelaria e Turismo enviou ao Primeiro-Ministro e aos titulares de cargos governativos com responsabilidades no sector um pedido de apoio especial, destinado a repor a perda de rendimentos dos trabalhadores dos jogos dos casinos fortemente afectados com o lay-off, o encerramento e as restrições de horários.
Comunicado de Imprensa da Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal:
ENCERRAMENTO E RESTRIÇÕES DOS HORÁRIOS DOS CASINOS PENALIZAM TRABALHADORES QUE JÁ PERDERAM MAIS DE 6 MIL EUROS ESTE ANO
Os trabalhadores dos casinos, em particular os trabalhadores das salas de jogos, têm vindo a ter perdas enormes nos seus rendimentos mensais este ano.
Uma parte significativa do ganho mensal destes trabalhadores são as gorjetas que auferem todos os meses dadas pelos clientes.
Os salários praticados nos casinos são muito baixos.
Há casinos que pagam o salário mínimo nacional aos trabalhadores.
Não fossem as gorjetas, os trabalhadores dos jogos não conseguiriam sobreviver com os salários de miséria que as concessionárias do jogo pagam.
Nos principais casinos, os trabalhadores das salas de jogos tradicionais recebiam uma média mensal entre 900 e 1200 euros de gorjetas, despois do imposto/taxa liberatória de 10% que é retirada à cabeça pelo Estado.
Os trabalhadores das salas de máquinas automáticas auferem valores inferiores de gorjetas, mas mesmo assim importantes, face aos salários baixos praticados.
Atualmente os trabalhadores estão a receber menos de 1/3 das gorjetas.
Além disso, foram penalizados com o regime de lay-off.
Nos meses em que estiveram em regime lay-off imposto pelas empresas não trabalharam e, por isso, não receberam gratificações.
Há trabalhadores que nestes dez meses do ano 2020 (janeiro a outubro), já perderam mais de 6.000 euros de gratificações.
A situação é muito grave para mais de mil trabalhadores e suas famílias que estão a sobreviver à custa de familiares e amigos.
O Governo conhece bem esta situação, pois controla as gratificações auferidas em cada casino e por cada trabalhador, mas nada fez até hoje para fazer face a esta situação de carência.
O Governo nunca aceitou a proposta da FESAH para a criação e um fundo especial de apoio direto aos trabalhadores mais desprotegidos, deixando de fora milhares de trabalhadores, ao mesmo tempo que apoiou diretamente empresas, gerentes e patrões.
Assim, a FESAHT enviou hoje ao Primeiro-Ministro, Ministra do Trabalho, Ministro da Economia e Secretaria de Estado do Turismo um pedido de apoio especial destinado a repor a perda de rendimentos dos trabalhadores dos jogos dos casinos fortemente afetados com o lay-off, encerramento e restrições dos horários dos casinos.