PERANTE A INSUSTENTABILIDADE DA SITUAÇÃO

A LUTA É O CAMINHO

Desde há vários meses a esta parte, conforme temos informado regularmente (mais de 20 comunicações efetuadas desde o início do ano), que acompanhamos dia a dia a situação da SPdH/Groundforce e das dificuldades de tesouraria que a empresa vai atravessando e que se têm traduzido em incumprimentos variados, sendo a situação mais grave, obviamente, o não pagamento integral dos salários.

Depois do sucedido com o atraso nos salários de fevereiro, bem como com o pagamento em duas prestações no mês de maio, vemo-nos agora confrontados com mais um mês em que os salários não vão ser pagos atempadamente.

Até à data de hoje, os trabalhadores da SPdH/Groundforce têm dado mostras de um irrepreensível sentido de responsabilidade e crença no futuro da empresa.

Estivemos a trabalhar sem salário; estivemos (e estamos) a trabalhar tendo um cutelo de incertezas no nosso pescoço; entendemos todas as dificuldades da empresa no cumprimento das suas obrigações, designadamente com os trabalhadores – anuidades, evoluções de carreira, PDL, subsídios de férias – no entanto, aqui chegados, cremos que chegou a hora de dizer basta!

Os trabalhadores têm estado sempre na linha da frente cumprindo com as suas responsabilidades pelo que não é aceitável que, ao mesmo tempo em que estão a ser produtivos como nunca não vejam os seus salários pagos na íntegra. Por isso o SITAVA entende que esta situação se tornou insustentável.

Como é do conhecimento de todos nós, no nosso sector de atividade, os pré-avisos de greve

têm de ser apresentados com uma antecedência mínima de 10 dias úteis relativamente ao

início de uma greve, (art.º 534.º, n.º 1, do Código do Trabalho), o que inviabiliza de todo,

qualquer ação de luta deste tipo, no imediato, tornando-se desnecessária se os salários

forem, entretanto, liquidados. Aliás, além de desnecessário, seria um ato completamente

inútil fazer uma greve no dia a seguir a receber o salário.

Contudo, tendo presente a instabilidade emocional causada por todas estas

perturbações, agravadas pelos cada vez mais intensos ritmos de trabalho, o SITAVA:

1. Aconselha e exorta todos os trabalhadores a cumprirem rigorosamente todas as

regras e normas de segurança, de modo a executarmos as nossas tarefas com o

máximo rigor e profissionalismo.

2. Além disso, como contributo para manter a necessária estabilidade emocional que tem sido agravada pela penosidade dos horários, o SITAVA dará de imediato entrada de um pré-aviso de greve ao trabalho extraordinário a partir das zero horas do dia 15

de Julho, até às 24 horas do dia 29 de Julho.

3. Realizaremos no dia 15 de Julho, em Lisboa, em local e hora a anunciar (com greve),

um Plenário de Associados do SITAVA (anunciaremos, também em breve, as datas para

os plenários nas escalas).

4. Para garantir que a empresa não voltará a abusar de novo da “paciência” dos

trabalhadores, o SITAVA entregará em tempo útil um pré-aviso de greve para os dias

30 e 31 de Julho e 1 de Agosto, procedimento que adotaremos nos meses seguintes,

enquanto se justificar.

Relativamente ao futuro da empresa, é público que se mantêm várias opções em aberto e a

decorrer em simultâneo:

- Insolvência (o processo decorre no Tribunal do Comércio de Lisboa) – continuam a decorrer

diligências, aguardando-se a todo o momento a decisão do Juiz;

- Possível venda à Swissport – decorre nesta fase o processo de Due Diligence, aguardandose

nos próximos dias uma decisão final;

- Possível execução por parte do Montepio Geral – é público também que o Montepio

contratou o Bison Bank para organizar um leilão das acções, estando à espera do resultado

da avaliação da Deloitte.

O SITAVA tem pautado e continuará a pautar a sua conduta por uma postura de

responsabilidade e defesa intransigente dos interesses dos seus associados, não cedendo

por isso a discursos ou estratégias demagogas e populistas, no entanto consideramos que

chegou a hora de os trabalhadores dizerem basta, a fim de verem cumpridos os seus direitos

mais básicos! Os trabalhadores da SPdH têm direito a trabalhar numa empresa estável e

gerida por gente de bem.

Fonte: Sitava