Os trabalhadores das empresas do Grupo Águas de Portugal vão fazer greve no dia 30, por 24 horas, depois de a administração ter dado o dito por não dito, retirando a sua proposta de actualização salarial e de outras matérias. A Fiequimetal e o STAL apelam à mobilização e união de todos em defesa da valorização salarial e demais reivindicações.

Só com a união e a determinação de todos os trabalhadores é possível assegurar a conquista de direitos, melhores salários e melhores condições de trabalho, afirmam as estruturas sindicais da CGTP-IN, num comunicado conjunto, a mobilizar para a greve.

Como objectivos da luta, são referidos:

- aumento dos salários em 90 euros;

- aumento extraordinário do salário, fixando-se nos 804 euros a partir de Julho; e um salário mínimo de 850 euros em 2023, no Grupo AdP;

- pelo direito de Contratação Colectiva;

- um novo regime de carreiras, categorias profissionais e funções, que valorize e reconheça a experiência profissional e o empenho dos trabalhadores;

- urgente regulamentação e atribuição de um Suplemento de Penosidade, Insalubridade e Risco;

- estabilidade do emprego, pondo fim ao trabalho precário no Grupo AdP;

- defesa da gestão pública e da contratação de trabalhadores;

- respeito das normas de Segurança e Saúde no Trabalho e melhoria das condições de trabalho;

- aplicação do Acordo de Empresa da EPAL a todos os trabalhadores ao serviço desta empresa;

- um período de trabalho de 7 horas diárias e 35 horas semanais no Grupo AdP.

Recuo inadmissível nas negociações

Este ano, iniciou-se, finalmente, o processo de revisão do Acordo Colectivo de Trabalho do Grupo AdP, após diversas acções de luta dos trabalhadores. Desde 2018, estava por cumprir o compromisso assumido pela administração da AdP, expresso na Acta de Entendimento que assinou com a Fiequimetal e o STAL, acerca da urgência das negociações sobre a tabela salarial e a estrutura de carreiras.

A administração tinha apresentado uma proposta de actualização salarial e de outras matérias que, todavia, estava longe do que os trabalhadores reivindicam, após anos de perda de poder de compra e conscientes dos lucros registados pelo Grupo AdP ao longo da última década.

No entanto, a administração, na última reunião, deu o dito por não dito, informando as estruturas sindicais de que retirava a sua proposta. Esta atitude foi reveladora da pouca consideração que a administração tem relativamente aos trabalhadores das empresas do Grupo AdP e aos problemas e dificuldades com que se debatem há muito e que se têm agravado nos últimos meses.

A Fiequimetal e o STAL reafirmam que o aumento geral dos salários não é favor nem caridade. Ele é devido aos trabalhadores pelo seu esforço e a sua dedicação, que se reflectem na alta produtividade e sem os quais não seriam possíveis os mais de 415 milhões de euros de lucros da AdP.

Fonte: FIEQUIMETAL