O sector rodoviário de passageiros tem sido notícia, devido à falta de motoristas e as implicações que isso tem na garantia do serviço público pelas empresas privadas, que ao longo de anos, suportadas nas cedências dos governos na legislação laboral, bloquearam a negociação colectiva, apostando em baixos salários, que não tornou atractiva a profissão, o que provocou a falta hoje existente.Os salários não compensam o enorme investimento que é necessário fazer para ter a necessárias habilitação para ser motorista de serviços públicos de passageiros, e também de mercadorias e essa é uma das razões da falta de trabalhadores para esta profissão.
Associado aos baixos salários, o patronato apostou na redução de efectivos, compensando isso com o recurso ao trabalho extraordinário, que a troco de jornadas de 10, 12, 14 e mais horas de trabalho, os trabalhadores aumentavam o seu rendimento, com ganhos significativos para os donos das empresas.
Se antes o serviço já era assegurado por menos trabalhadores do que era necessário, agora que nos novos concursos se impõe mais oferta e como as empresas não se prepararam, os utentes têm agora que lidar com um serviço que não corresponde às suas necessidades.
É preciso criar condições para atrair mais trabalhadores para a profissão de motoristas e isso faz-se também com o aumento dos salários, prosseguindo a melhoria da contratação colectiva como se fez este ano.
Estas empresas privadas estão a ser pagas com dinheiros públicos, pelo que se exige que as autoridades de transportes tomem as medidas necessárias para defender o interesse público.
Os acontecimentos demonstram aquilo que temos afirmado, um serviço público de qualidade assegura-se por empresas públicas, que tenham como objectivo um serviço público de qualidade e não o lucro, que é o objectivo das empresas privadas.
Fonte: Fectrans