Governo propõe desvalorização dos salários reais e redução do poder de compraTeve ontem lugar a reunião em que a administração da CP, seguindo as orientações do Governo, apresentou a proposta de “actualização” salarial para 2024, em que as duas opções que avançadas, significam uma redução do poder de compra dos trabalhadores e uma maior aproximação do SMN – Salário Mínimo Nacional, aos salários da tabela salarial na empresa.

A partir de um bolo pequeno, a administração apresentou duas propostas para as organizações escolherem e que se traduzem no seguinte;

Subsídio de refeição – aumento de 1,28€/dia, passando a ser 9,60€;

Tabela salarial

Valores salariais até 960€  - 4,1% ou na segunda opção 3,9%

Valores salariais de 960€ até 1250€ - 3,3% ou na segunda opção 3,4%;

Valores acima de 1250€ - 3% nas duas opções.

No início da reunião foi referida pela administração que estavam condicionados pelo despacho do Ministro das Finanças, apelando para a paciência das organizações e dos trabalhadores, ao que respondemos que no final do mês não é a paciência que paga contas e que estes valores significam sempre uma perda do poder de compra.

Em 2023 a inflação foi de 4,3% e o aumento das rendas é de 6,94% e as taxas de juro são ainda muito maiores, pelo que qualquer dos valores propostas ainda retiram poder de compra, quando o que se necessita é um aumento significativo dos salários.

Com estas propostas diminui também a diferença entre o SMN – Salário Mínimo Nacional e os salários de entrada na empresa, o que todos reconhecem que é um dos motivos que leva à incapacidade que esta e outras empresas têm de fixar trabalhadores e recrutar novos efectivos.

A administração no fim informou que irá enviar, dentro daquilo que o despacho do Ministro das Finanças impõe, novas propostas, mas que serão todas de uma desvalorização dos salários reais.