Na primeira reunião de negociação para a revisão das carreiras e do clausulado do Acordo Colectivo de Trabalho do Grupo IP, o Conselho de Administração anunciou que o Governo havia aprovado um plafond suplementar de 2,8 milhões de euros para a revisão das carreiras, pelo que aquela está em condições de iniciar a negociação do respectivo regulamento e anunciou que o subsídio de refeição passará de 9,20€ para 9,60€.

Relativamente à revisão do clausulado do ACT, os representantes do CA disseram que pretendem fazer só(!) algumas alterações que se poderão centrar nas matérias que foram alvo, recentemente, de alteração ao Código do Trabalho.

Sobre as Carreiras profissionais o CA- Conselho de Administração da IP, adiantou que com o plafond à disposição pretende, em particular, valorizar as carreiras de técnico superior e de comando de controlo de tráfego, o que só se pode entender na perspectiva de que a estratégia para o futuro da empresa passa muito – como desde a sua criação denunciámos – pela missão de planificação e gestão das PPP existentes e daquelas que vierem a ser celebradas e de concessão a privados de todo o sector operacional actualmente existente.

Daí a intenção anunciada nesta reunião. Sem incentivos para chamar novos trabalhadores e para segurar os que estão na Empresa, está alcançado o objectivo de reduzir o número de trabalhadores operacionais. Só nesta perspectiva poderemos perceber, mas não aceitar, esta postura discricionária relativamente aos trabalhadores de todas as outras carreiras.

Não temos nada contra a revisão das duas carreiras apontadas, mas consideramos que o CA não pode “tapar de um lado, para destapar do outro”, face ao plafond que foi atribuído pelo Governo. Impõe-se, por isso, que a revisão e valorização das carreiras tenha uma perspectiva global. Todas as carreiras devem ser valorizadas e é isso que iremos continuar a defender.

O CA comprometeu-se em enviar às estruturas sindicais, a proposta de revisão das carreiras, antes da próxima reunião, que se realiza no doía 20 de Março.

Na nossa perspectiva, aquilo que hoje foi anunciado é mais do mesmo do processo de revisão salarial, em que o Governo e o CA impuseram (e houve quem aceitasse) aumentos abaixo da inflação e que não contribuíram para a recuperação do poder de compra perdido pelos trabalhadores. Com as carreiras e com o clausulado, querem fazer exactamente o mesmo.

Impõe-se, pois, que os trabalhadores se mobilizem e se organizem em torno de quem realmente defende os seus interesses e direitos dentro da empresa, para que possam lutar por melhores condições de trabalho e de vida.

Leia aqui comunicado conjunto FECTRANS e FNSTFPS --->>>>