No segundo de dois dias de greve na Silopor, a empresa continuou a substituir trabalhadores em greve por trabalhadores de uma empresa prestadora de serviços na carga dos camiões — mas desta vez com a ACT presente no local. Além dos ataques ao direito à greve, a ACT também verificou a necessidade de fazer reparações urgentes para garantir a segurança dos trabalhadores.
A Silopor é uma empresa estratégica para o país, armazena mais de 58% do cereal consumido em Portugal, sendo fundamental para o controlo de preços nas indústrias das rações e da panificação. Não aceitamos a sua privatização e por isso avançámos para a greve!
Exigimos ser ouvidos pelo Governo sobre a solução para o futuro da empresa e sobre a recuperação do tempo de serviço congelado no período da troika! Exigimos do Governo a garantia da manutenção do Acordo de Empresa a todos os trabalhadores.
O CESP considera que a melhor solução é revogar o Decreto-lei 188/2001, que colocou a Silopor em liquidação, uma vez que a dívida está saldada. Em simultâneo, o contrato de concessão deve ser prolongado para os 75 anos, à semelhança do que está a acontecer com outras empresas que operam nos portos do País.
Contudo, o Governo não só rejeita ouvir os trabalhadores da Silopor e reunir com o seu Sindicato, o CESP, como ataca o nosso direito à greve! Nestes dois dias, os trabalhadores contratados para a limpeza e manutenção pela empresa prestadora de serviços WSP estão a fazer a carga dos camiões, substituindo os seus colegas em greve!
O CESP denunciou este comportamento junto da ACT, que compareceu no segundo dia de greve, verificando as nossas queixas: o ataque ao direito à greve e as condições de trabalho inseguras na Silopor.
Apesar destes ataques, nestes dois dias de greve não foi descarregado qualquer navio, estando o Silo do Beato fechado durante a totalidade da greve e o Silo da Trafaria carregou menos de 25% das cargas previstas para estes 2 dias.
Os trabalhadores decidiram realizar novo Plenário a 2 de Janeiro, para tomar decisões sobre a continuação da luta.
Fonte: CESP