thumb3Ritmos de consumo acima das capacidades da Terra 

O dia 2 de Agosto, neste ano de 2017, é apontado como o dia em que a humanidade consumiu os recursos equivalentes a um ano inteiro de produção, por parte dos ecossistemas do nosso planeta, tendo em conta a sua capacidade de regeneração.

A pegada ecológica da espécie humana é cada vez maior, resultante de um consumismo desenfreado, de energia, de materiais e de outros seres vivos. O resultado é uma poluição asfixiante da atmosfera, uma contaminação esterilizante das águas e uma destruição e erosão dos solos. A humanidade é responsável pelo desaparecimento de outras espécies e ecossistemas a um ritmo insustentável.

A CGTP-IN vem refletindo sobre estes fenómenos, bem como sobre a seca extrema por que Portugal está a passar, assim como em Espanha e França, que estão perante secas sem precedentes e têm como consequência os incêndios que serão cada vez mais frequentes e perigosos, se continuarmos no mesmo caminho.

O modo de produção e de consumo de bens no atual modelo capitalista conduz o planeta à exaustão. O ritmo de consumo nos países capitalistas, em especial pelos mais ricos, poem em causa a subsistência de toda a humanidade.

Só um consumo sóbrio, baseado num modo de produção racional, em que não exista uma obsolescência programada pelas grandes empresas multinacionais que obriga a «usar e deitar fora» poderá alterar este rumo.

É urgente apostar numa inversão de processo. Cortar árvores a um ritmo inferior ao do seu crescimento, pescar menos quantidade de peixe do que os criados a cada ano, reciclar mais materiais em vez de extrair minerais de forma poluente e emitir menos carbono para a atmosfera do que o que os oceanos e as florestas conseguem absorver.

A CGTP-IN defende que se promova a produção de bens de consumo duráveis, desenhados para poderem ser reparados e facilmente recicláveis, no final dos seus ciclos de vida, para que consigamos recuperar tempo a cada ano, até que o planeta se torne equilibrado e sustentável no mais curto espaço de tempo.

Lisboa, 1 de Agosto de 2017

Departamento de Desenvolvimento Sustentável, Ambiente, Consumidores e Economia Social.