CGTP-IN
A CGTP-IN E OS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
deolindaDEOLINDA MACHADO
Membro do Conselho Nacional

DEOLINDA MACHADO

Membro do Conselho Nacional

 

A CGTP-IN E OS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

 

Começo por saudar todas e todos os congressistas presentes neste 11º Congresso da CGTP-IN. Quero, na pessoa de cada um de vós, saudar todas e todos os trabalhadores portugueses, bem como aquelas e aqueles que não o sendo, aqui vivem e aqui trabalham.

Quero saudar todas e todos os que deixam o Conselho Nacional mas que continuam no nosso projecto CGTP-IN.

Caras e caros congressistas, camaradas, amigas e amigos!

O tempo urge. Somos convidados à militância a tempo inteiro. Ninguém se pode sentir dispensado do compromisso individual e colectivo de dar continuidade ao projecto CGTP-IN, com o qual nos identificamos desde a sua génese. É em torno dela que as trabalhadoras e os trabalhadores unidos na acção e na luta, acreditam ser possível uma vida digna para todos.

Sabemos que não é fácil, mas também sabemos que é possível. Diz-nos a história e o presente confirma-o que temos de continuar a lutar pela democratização das relações de trabalho, pela solidariedade entre gerações, pela igualdade entre mulheres e homens, por uma maior justiça social.

Esta acção permanente é transversal a todas as áreas de intervenção do sindicalismo, mas é da comunicação social que vou falar-vos, visto ser esta responsabilidade que me tem estado atribuída na CGTP-IN.

Aparentemente, temos, em Portugal, condições para que haja uma informação rigorosa, plural, isenta, objectiva e estimuladora do desenvolvimento económico. Com a liberdade e a democracia, protagonizadas pelo 25 de Abril, veio a liberdade de imprensa e de opinião; o direito de resposta; o conselho de opinião da Rádio e Televisão de Portugal; os provedores. Surgiram novos canais e modernas técnicas de comunicação; escolas de comunicação social; institutos de serviço público e de regulação.

Contudo, há sectores e actores na sociedade indispensáveis ao desenvolvimento, mormente as trabalhadoras e os trabalhadores, que sentem que, duma maneira geral, há mais desinformação do que verdadeira informação quando se trata do trabalho e das condições em que é assegurado e, com ele, o progresso económico e social do país.

Num colóquio organizado pela CGTP-IN em Outubro de 2004, em Lisboa, sobre “ O Poder da Comunicação Social: informação ou manipulação” ficou claro que esta pré-consciência de uma realidade que tem muito de “construído”, precisa de dar lugar a uma consciência clara, feita de observação e análise, sobre os modos como os media funcionam e produzem informação.

Não podemos ser meros consumidores do que nos querem “vender”.

É evidente a concentração de propriedade dos meios de comunicação social nas mãos de um número cada vez menor de grupos económicos e financeiros. O poder económico e financeiro domina efectivamente os media, que evidenciam um enorme desequilíbrio a desfavor dos trabalhadores, impedindo a justa cobertura das suas causas, da sua vida e do pulsar de Portugal no seu todo. Convém salientar o esforço de muitas e muitos jornalistas que continuam a fazer um trabalho esmerado, qualificado, mas nem sempre entendido por quem decide as manchetes e as peças a publicar.

A globalização também se instalou na informação de forma, muitas vezes, perversa.

A informação dá lugar à informação espectáculo que se transforma em negócio, onde, na generalidade, a qualidade e a investigação séria não pontificam. Adensa-se a precariedade entre jovens jornalistas e demais trabalhadores deste como de outros sectores. Lembremo-nos da exploração de tantos jovens na condição de estagiários, que trabalham meses a fio, sem qualquer tipo de remuneração.

 

Um trabalho que está a ser realizado sobre a importância da comunicação relativamente à imagem da CGTP-IN, confirma a credibilidade da nossa central; o seu poder reivindicativo; e o seu papel insubstituível na defesa dos direitos dos trabalhadores. Aponta ainda para a necessidade de sindicatos fortes que defendam as suas condições de trabalho.

A comunicação é um elemento básico e pilar essencial de uma sociedade democrática.
Por isso, ela é igualmente importante no seio da actividade sindical, tanto no interior da vida sindical como na estreita relação que estabelece entre os trabalhadores e opinião pública.

O Movimento Sindical Unitário obriga-se, assim, a fazer um esforço acrescido, com o objectivo de melhorar a eficácia da sua acção neste campo.

Perante as adversidades do quadro vigente, temos de actuar com a firmeza das convicções e confiança no futuro. Colocam-se ao movimento sindical grandes dificuldades, mas também importantes desafios.

Continuaremos a informar as/os jornalistas da actividade que desenvolvemos e continuaremos proponentes, reivindicativos e inconformados ao nível local, regional e nacional. A acção no terreno e a sua divulgação são fundamentais para a defesa dos direitos e garantias dos trabalhadores. Combateremos a limitação à liberdade sindical que nos querem impor, quer no sector público, quer no sector privado.

Adequar cada vez mais as mensagens sobre as nossas posições aos diferentes destinatários, é o nosso objectivo, dado que existem diferenças importantes entre os diferentes públicos-alvo que pretendemos atingir.

Temos pela frente grandes etapas que em conjunto venceremos. É na unidade da acção que as dificuldades e obstáculos se esbatem. O compromisso que assumimos na construção deste projecto de esperança, de justiça de dignidade para todas e todos no trabalho e na vida, dá-nos força para responder aos desafios que quotidianamente se nos colocam. A CGTP-IN e o MSU envidarão todos os esforços no sentido de melhor defenderem os interesses e os direitos dos trabalhadores.

A construção duma sociedade mais justa, mais humana, mais digna, mais solidária e mais democrática, é aquela que defendemos, pela qual lutamos, e queremos bem viva para nós e para as gerações vindouras.

 

Viva o 11º Congresso!

Viva a CGTP-IN!

 

Lisboa 15 de Fevereiro de 2008

 

 
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