Imprimir

A INFORMAÇÃO E A PROPAGANDA SINDICAL

DMACHADOINTERVENÇÃO DEOLINDA MACHADO
Membro do Conselho Nacional

    
A CGTP-IN E OS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
A INFORMAÇÃO E A PROPAGANDA SINDICAL
Começo por saudar todas e todos os congressistas presentes neste 12º Congresso da CGTP-IN. Quero, na pessoa de cada um de vós, saudar todas e todos os trabalhadores portugueses, bem como aquelas e aqueles que vivem e trabalham no nosso país.
Quero saudar todas e todos os que deixam os Órgãos de Direcção deste Movimento Sindical Unitário, mas que continuam no nosso projecto CGTP-IN, nesta organização de cuja história sentimos orgulho, protagonista de significativos êxitos e continuadora da luta heróica das mulheres e homens trabalhadores.
Permitam-me que felicite neste momento, amigas, amigos, camaradas de luta que escreveram a história deste Movimento sindical com o melhor das suas vidas.
Muitos estão entre nós, outros já partiram, mas todos escreveram páginas deste nosso livro colectivo com a sua entrega abnegada à luta pela transformação deste país e deste povo, à luta por um mundo mais justo e solidário.
Uma palavra para os que chegam a esta grande central sindical. Nós contamos convosco e vós contareis sempre connosco. É neste abraçar por dentro, em torno da defesa dos trabalhadores, que nos encontraremos sempre. É na defesa da sua dignidade, na valorização do trabalho, na valorização dos sindicatos e das suas conquistas, na solidariedade entre gerações, povos e culturas que estaremos juntos, estou certa.
Caras e caros congressistas, camaradas, amigas e amigos!
As responsabilidades de todos e de cada um aqui presentes são extremamente importantes. A militância, a definição de reivindicações e propostas que se traduzam em prioridades e acção de todos, em torno do projecto CGTP-IN, organização sindical de classe, unitária, democrática, independente e de massas, farão das fraquezas força e abrirão caminhos de esperança, rasgando horizontes, afirmando a confiança, porque é possível um mundo melhor. É por um mundo de justiça e de paz que continuaremos a nossa luta.

Esta acção permanente é transversal a todas as áreas de intervenção do sindicalismo de classe, mas é da comunicação social e da propaganda que vou falar-vos.
Com a liberdade e a democracia alcançadas com o 25 de Abril, os serviços públicos de rádio e de televisão revestiram-se de uma importância crucial, enquanto veículos fundamentais para a difusão de uma informação que se exige rigorosa, plural, independente, isenta, livre, própria de uma sociedade verdadeiramente democrática. Porém, nas últimas décadas, com a privatização e concentração de empresas de comunicação social, assistiu-se à acelerada comercialização da informação, submetendo-a aos interesses económicos e à lógica perversa da concorrência de mercado, baseada na oferta de baixa qualidade e no sensacionalismo, em detrimento da dimensão cultural e promovendo um autêntico assalto à consciência política dos cidadãos e cidadãs.
O movimento sindical unitário continua a ter como desafio a elevação do nível de consciência social e político-sindical dos trabalhadores, através da formação e informação específicas e adequadas às necessidades identificadas. Constitui ainda desafio, a mediatização feita pelos vários órgãos de comunicação social. Adequar cada vez mais as mensagens sobre as nossas posições aos diferentes destinatários, é o nosso objectivo.
A CGTP-IN em colaboração com dois investigadores da Área da comunicação desenvolveu um estudo, cujo objectivo visava determinar a forma como os portugueses, em geral, e os trabalhadores sindicalizados nos sindicatos filiados na CGTP-IN, em particular, recebem as informações e as comunicações da Central, como as interpretam e o que delas retêm. O “Estudo da Comunicação Sindical da CGTP-IN” desenvolveu-se, ao longo de um ano e destaca, de entre outras, as seguintes informações:
A primeira imagem que a CGTP-IN suscita nos entrevistados é a defesa dos trabalhadores; sublinha-se que esta Central sindical contribuiu muito para a defesa dos direitos dos trabalhadores, quer na defesa da CCT, quer nos acordos firmados em sede de concertação social; há maior firmeza na resposta dos sindicalizados nos sindicatos da CGTP-IN e são estes que atribuem maior credibilidade às publicações sindicais e maior relevância às lutas desenvolvidas pela Central como greves, manifestações, etc; os trabalhadores precisam de sindicatos fortes, afirmam.

A concentração de propriedade dos meios de comunicação social nas mãos de um número cada vez menor de grupos económicos e financeiros, evidencia o reforço do poder económico e financeiro que domina os media e desequilibra a desfavor dos trabalhadores, impedindo a justa cobertura das suas causas, das suas vidas e do pulsar do país no seu todo.

De salientar o esforço de muitas e muitos profissionais que continuam a fazer um trabalho esmerado, qualificado e nem sempre entendido por quem toma as decisões sobre o alinhamento das notícias ou por quem decide sobre os seus vínculos laborais alargando os leques da precariedade que continuaremos a combater.  

Perante o quadro político e social vigente, a CGTP-IN continuará a actuar com a firmeza e a determinação dos seus princípios na luta por melhores serviços públicos de rádio e de televisão, prestados por empresa de capitais públicos, pois considera serem pilares essenciais de uma sociedade democrática. Cabe ao Estado proteger estes bens culturais e estar ao serviço das populações como consagra a Constituição da República Portuguesa. Por isso, a CGTP-IN opõe-se à privatização que o Governo PSD/CDS quer fazer na RTP, na Agência Lusa e na onda curta, de importância vital para a diáspora portuguesa e de grande relevo em situações de catástrofe. Estes são bens que têm de ser preservados. No que concerne à TDT (Televisão Digital Terrestre) pode e deve ser alargado o serviço público, disponibilizando novos canais em sinal aberto que actualmente só se encontram no sistema pago.
Continuaremos a informar as/os jornalistas da actividade que desenvolvemos e continuaremos proponentes, reivindicativos e inconformados ao nível local, regional e nacional. A acção no terreno e a sua divulgação são fundamentais para a defesa dos direitos e garantias dos trabalhadores. Combateremos a limitação à liberdade sindical que nos querem impor, quer no sector público, quer no sector privado.
Na Comunicação/Propaganda Sindical continuaremos a priorizar a comunicação oral, mas propomo-nos garantir permanente melhoria dos conteúdos e da forma da propaganda escrita e visual destinada aos trabalhadores e à população, inovando sempre que possível e tendo presente o sentido da mensagem e a natureza de classe do movimento sindical unitário. Assim, no reforço do contacto individual e do debate colectivo (a promover e a aprofundar) deve dar-se especial atenção à via electrónica. O Tempo de Antena, importante instrumento audiovisual institucional, deve continuar a ser produzido com regularidade para difusão da mensagem da Central. Introduzir melhorias sistemáticas no funcionamento do site institucional e a produção de documentos audiovisuais, temáticos, para emissão por via electrónica, pode assumir-se como um projecto de relevante interesse para todo o MSU. Inovar na informação e propaganda com apoio em estudos de suporte ao conteúdo, é outro propósito que se pretende alcançar.
A unidade da acção fará com que os obstáculos sejam removidos. O compromisso que assumimos na construção deste projecto de esperança, de justiça de dignidade para todas e todos no trabalho e na vida, dá-nos força para responder aos desafios. Este grande colectivo CGTP-IN  e  MSU envidarão todos os esforços no sentido de melhor defenderem os interesses e os direitos dos trabalhadores.
A construção duma sociedade mais justa, mais humana, mais digna, mais solidária e mais democrática, é aquela que defendemos e pela qual lutamos.
POR PORTUGAL DESENVOLVIDO E SOBERANO
TRABALHO COM DIREITOS
POR UM PORTUGAL COM FUTURO!
 
Viva este nosso 12º Congresso!
Viva a CGTP-Intersindical Nacional!
Lisboa, 28 de Janeiro de 2012