hotel pascoaA FESAHT (Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal) vai realizar, pela altura da Páscoa, uma quinzena de lutas que se iniciará com uma greve nacional nas cantinas, dia 19 de Março, e terminará com uma acção nacional junto à associação patronal e do Ministério da Economia, dia 4 de Abril.

No período da quinzena de luta haverá greves, concentrações de protesto e outras lutas, nos diversos sectores, em moldes que ainda estão a ser acertados pelos sindicatos.

O setor da hotelaria cresce sucessivamente desde 2013. Segundo o INE, em 2017, os estabelecimentos hoteleiros registaram 20,6 milhões de hóspedes e 57,5 milhões de dormidas, a que corresponderam aumentos anuais de 8,9% e 7,4%, respetivamente. Os proveitos totais aumentaram 16,6% e os de aposento 18,3%.

Também as empresas de alimentação, bebidas e tabacos, cujos trabalhadores são representados pela FESAHT, beneficiaram com a boa situação da economia do país e concluíram o ano de 2017 com fabulosos lucros.

Contudo, a contratação coletiva continua bloqueada e muitos milhares de trabalhadores não têm aumentos salariais há muitos anos e o trabalho precário aumentou no sector.

A associação patronal APHORT recusa negociar aumentos salariais desde 2011 e insiste em retirar direitos para rever o CCT.

O Grupo Pestana recusa negociar salários desde 2009. No ano de 2016 deu um misero aumento salarial no decorrer das negociações do AE, mas insiste em retirar direitos fundamentais para assinar um novo AE e dar aumentos salariais.

A associação patronal AHP recusa negociar aumentos salariais desde 2009, tem uma proposta para "limpar" praticamente todos os direitos e desregular completamente os horários de trabalho.

A associação patronal AHRESP recusa negociar o CCT das cantinas desde 2003, não dava aumentos salariais desde 2010, deu um aumento miserável em 2017, que não chegou a 2%, muito longe da inflação perdida cujos valores são da ordem dos 9%.

A Liga dos clubes não negoceia aumentos salariais desde 2010 e insiste na retirada total de direitos.

No setor do jogo, há empresas que recusam a negociação da contratação coletiva e a Estoril Sol recusa cumprir o AE.

As associações patronais da panificação, moagens abate de aves, carnes, agricultura recusam negociar.

Só a luta obrigou muitas empresas a darem aumentos salariais durante estes anos todos.