O desemprego continua a aumentar em Portugal. Dados do Eurostat divulgados hoje mostram que a taxa de desemprego se situa já em 10,5%, tendo subido mais de 2 pontos percentuais relativamente a Janeiro de 2010, altura em que a taxa de desemprego era de 8,5%. A taxa de desemprego subiu também face a Dezembro em 0,2 pontos percentuais.

Comunicado de Imprensa n.º 0010/10

O DADOS DO DESEMPREGO, EM PORTUGAL, NÃO ENGANAM

O desemprego continua a aumentar em Portugal. Dados do Eurostat divulgados hoje mostram que a taxa de desemprego se situa já em 10,5%, tendo subido mais de 2 pontos percentuais relativamente a Janeiro de 2010, altura em que a taxa de desemprego era de 8,5%. A taxa de desemprego subiu também face a Dezembro em 0,2 pontos percentuais.

Portugal ocupa o 4.º lugar da Zona, apenas atrás da Espanha, Irlanda e Eslováquia e, consequentemente, está acima, quer da média da União Europeia (9,5%), quer da Zona Euro (9,9%).

A taxa de desemprego dos jovens, das mulheres e dos homens também se agravou em relação ao mês homólogo e ao mês anterior, sendo em qualquer um dos três casos superior à média. Os jovens têm uma taxa de desemprego de 21,7% e as mulheres de 11,2%.

Depois das desigualdades na distribuição do rendimento, da precariedade, da baixa efectivação dos direitos do trabalho, junta-se agora o desemprego para colocar Portugal, mais uma vez, acima da média europeia pelos piores motivos.

No momento em que o flagelo do desemprego atinge cada vez mais famílias, é preciso que o Governo passe da constatação à acção, assegurando que todos os desempregados tenham acesso à protecção social, para que não caiam na pobreza e exclusão social.

Por outro lado é necessária coragem política para romper com a matriz de crescimento assente no trabalho precário, desqualificado e mal remunerado que, em simultâneo com o definhamento do sector produtivo, acabam por ser os grandes responsáveis pelo aumento do desemprego verificado.

O País não se desenvolve com posturas retrógradas do patronato e do Governo, consubstanciadas nas teses do congelamento/moderação dos salários, na generalização da precariedade e na desregulamentação das relações laborais.

O futuro, para um verdadeiro desenvolvimento económico e social, passa pela criação de mais emprego com direitos e o aumento real dos salários no Sector Privado e na Administração Pública, como factor indispensável para a reanimação da economia que se deseja e exige.

Tal facto impõe que o Governo, no âmbito da apresentação do Programa de Estabilidade e Crescimento, tenha a ponderação e a responsabilidade necessárias para dar prioridade às pessoas e resposta aos problemas sociais, e não aos interesses financeiros e aos negócios especulativos que estiveram na origem das causas dos problemas que hoje nos afectam.

DIF/CGTP-IN

Lisboa, 01.03.2010