Operário, jornalista, político, escritor, cidadão de alma cheia, Saramago percorreu com a CGTP-IN caminhos determinantes na luta pelos direitos dos trabalhadores:
  • Logo após a revolução de Abril, Saramago participa em plenários de trabalhadores, em grandes empresas, discutindo o futuro que se ansiava;
  • De nobel na mão, em Outubro de 1998, Saramago chega à Portela e, numa das suas iniciativas mais simbólicas e significativas, deixa o poder institucional que o esperava no Centro Cultural de Belém e ruma ao Terreiro do Paço, encabeçando uma manifestação promovida pela CGTP-IN, falando aos trabalhadores em defesa da semana das 40 horas de trabalho;
  • Solidarizou-se com o movimento brasileiro dos sem terra e, juntamente com Chico Buarque e Sebastião Salgado, participou, na sede da CGTP-IN, na sessão de lançamento do livro deste, com prefácio seu, sobre aquele movimento;
  • Em 2001 pertenceu à Comissão de Honra, presidida pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, de homenagem a Bento de Jesus Caraça, na ocasião do centenário do seu nascimento, em sessão promovida pela CGTP-IN. Aí nos deixou mais expressões do seu pensamento numa interessante conferência;
  • Esteve em múltiplas iniciativas pela paz, nos quatro cantos do mundo e, em particular, contra a brutal invasão do Iraque.
José Saramago partiu e, com ele, o amigo, o companheiro, o camarada.
Guardaremos o exemplo das suas práticas, a obra, a memória, a cumplicidade, a dedicação às causas.

 

José Saramago partiu e, com ele, o amigo, o companheiro, o camarada.


Se há pessoas identificadas e reconhecidas no e pelo povo português, José Saramago será, por certo uma delas. José Saramago interpretou a alma e o sentir desse povo que tão bem conheceu. É disso exemplo “Levantado do Chão”, escrita empenhada e sofrida por cumplicidade em vida comum com o povo que o acolheu e, mais tarde, merecidamente, o reconheceu.

Assim continuou com o épico “Memorial do Convento”, assim foi no “Ano da Morte de Ricardo Reis”, pontuando alma e história, cultura e identidade, a propósito de um povo que amava.

José Saramago, um extraordinário português, militante sem hesitações, comunista por convicções e práticas, identificado e solidário com as grandes causas dos trabalhadores e dos humilhados de todas as latitudes e espaços, lutador pela paz, democrata efectivo, jovem até ao fim, corajoso e frontal, sempre procurou abrir caminhos novos.

O merecido nobel, aguçou-lhe a vontade, despertou-lhe forças, transportou-o para um mundo global que também o acolheu e o reconheceu.

A causa ganhou outra dimensão e outros caminhos. Irritou-se com a mesquinhez lusitana mas não deixou de honrar a sua origem e as suas cumplicidades, mantendo um olhar arguto, atento, crítico, prenhe de humor e seriedade, sobre o seu país, o mundo, a sociedade e as pessoas.

Operário, jornalista, político, escritor, cidadão de alma cheia, Saramago percorreu com a CGTP-IN caminhos determinantes na luta pelos direitos dos trabalhadores:

  • Logo após a revolução de Abril, Saramago participa em plenários de trabalhadores, em grandes empresas, discutindo o futuro que se ansiava;
  • De nobel na mão, em Outubro de 1998, Saramago chega à Portela e, numa das suas iniciativas mais simbólicas e significativas, deixa o poder institucional que o esperava no Centro Cultural de Belém e ruma ao Terreiro do Paço, encabeçando uma manifestação promovida pela CGTP-IN, falando aos trabalhadores em defesa da semana das 40 horas de trabalho;
  • Solidarizou-se com o movimento brasileiro dos sem terra e, juntamente com Chico Buarque e Sebastião Salgado, participou, na sede da CGTP-IN, na sessão de lançamento do livro deste, com prefácio seu, sobre aquele movimento;
  • Em 2001 pertenceu à Comissão de Honra, presidida pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, de homenagem a Bento de Jesus Caraça, na ocasião do centenário do seu nascimento, em sessão promovida pela CGTP-IN. Aí nos deixou mais expressões do seu pensamento numa interessante conferência;
  • Esteve em múltiplas iniciativas pela paz, nos quatro cantos do mundo e, em particular, contra a brutal invasão do Iraque.

José Saramago partiu e, com ele, o amigo, o companheiro, o camarada.

Guardaremos o exemplo das suas práticas, a obra, a memória, a cumplicidade, a dedicação às causas.

À sua família e, em particular, à Pilar o nosso abraço solidário.

Obrigado e até sempre.

Lisboa, 2010-06-18

Pel´A Comissão Executiva da CGTP-IN

Manuel Carvalho da Silva

(Secretário-geral)