A CGTP-IN solidariza-se com os trabalhadores da Ground Force e tudo fará para impedir mais esta investida contra quem trabalha, razão, aliada a muitas outras, que justificam uma participação maciça na Greve Geral do próximo dia 24 de Novembro, pelo futuro de Portugal.

Comunicado de Imprensa n.º 062/10

 

CGTP-IN RECLAMA QUE O GOVERNO IMPEÇA O DESPEDIMENTO COLECTIVO NA GROUND FORCE

 

A CGTP-IN manifesta a sua mais firme oposição ao despedimento colectivo de mais de 300 trabalhadores da Ground Force, em Faro.

A Ground Force tem como accionista principal a TAP e, consequentemente o Estado, sendo, por isso, uma empresa de capitais 100% públicos, razão pela qual o Governo não pode fazer de conta que este não é um problema seu.

Seja na estratégia anunciada, e concertada entre a TAP e o Governo, no processo de privatização de reduzir drasticamente os custos de produção e facilitar a sua exploração à custa dos trabalhadores, seja já como resultado das medidas do PEC III com a “ordem” de redução de 15% nos custos das empresas, o que é certo é que querem que sejam os trabalhadores e suas famílias as primeiras vítimas desta estratégia e deste atentado ao direito ao trabalho.

Esta é uma medida inadmissível e eivada de hipocrisia, tanto mais que ninguém acredita que a Administração da Ground Force tenha iniciado este processo sem o conhecimento e o acordo prévio do Governo, através das respectivas tutelas nomeadamente das Finanças e dos Transportes.

A Ground Force pratica preços abaixo dos custos de produção com o objectivo de beneficiar as transportadoras aéreas, principalmente as “low cost” a quem o Governo presenteia com milhões de incentivos directos e indirectos, resultando daqui os seus maus resultados financeiros.

É vergonhoso que os mesmos que justificam o despedimento com a redução de encargos, promovam a duplicação dos custos, ao dispensarem de imediato os trabalhadores da Ground Force, substituindo-os pelos serviços de outra empresa, para prestar o trabalho que os primeiros poderiam continuar a fazer. Isto é destruir emprego e esbulhar o dinheiro do erário público

Não será com a chantagem anunciada de alteração ao quadro laboral, associada às medidas de redução e congelamento salarial, pagamento de baixos salários, tentativas de destruição da contratação colectiva, precarização crescente do trabalho e o consequente aumento do desemprego que Portugal reinicia o necessário processo de incremento e retoma da economia.

Portugal não precisa de mais desemprego. Precisa é de medidas eficazes para o combater e promover o emprego. É preciso pôr termo a este processo de desumanização das relações de trabalho que envergonha o País.

Por isso a CGTP-IN exige respostas concretas do Governo, designadamente dos ministros da tutela, Trabalho e Transportes – como explicam o processo de despedimento colectivo de mais de 300 trabalhadores e que medidas equacionam tomar para o impedir.

A CGTP-IN solidariza-se com os trabalhadores da Ground Force e tudo fará para impedir mais esta investida contra quem trabalha, razão, aliada a muitas outras, que justificam uma participação maciça na Greve Geral do próximo dia 24 de Novembro, pelo futuro de Portugal.

 

DIF/CGTP-IN

Lisboa, 12.11.2010