Os dados agora divulgados pelo INE e as projecções da Comissão Europeia confirmam que Portugal entrou em recessão económica. A quebra do PIB em 0,7% no 1º trimestre deste ano, é o resultado directo das medidas do Orçamento de Estado para 2011, que levaram ao aprofundamento da degradação da procura interna e da redução do investimento. Tal como a CGTP-IN alertou, esta redução não aconteceu por acaso ou fatalidade. Os cortes nos salários, o congelamento de pensões e a redução e/ou a retirada de prestações sociais tiveram como consequência a diminuição significativa do poder de compra da generalidade da população, dando assim um forte contributo para a quebra da riqueza produzida no país, para o definhamento do sector produtivo, com evidentes repercussões no aumento do desemprego.

 

 

 

Comunicado de Imprensa n.º 029/11

 

CONTRA A RECESSÃO, HÁ ALTERNATIVA!

 

Os dados agora divulgados pelo INE e as projecções da Comissão Europeia confirmam que Portugal entrou em recessão económica.

 

A quebra do PIB em 0,7% no 1º trimestre deste ano, é o resultado directo das medidas do Orçamento de Estado para 2011, que levaram ao aprofundamento da degradação da procura interna e da redução do investimento.

 

Tal como a CGTP-IN alertou, esta redução não aconteceu por acaso ou fatalidade. Os cortes nos salários, o congelamento de pensões e a redução e/ou a retirada de prestações sociais tiveram como consequência a diminuição significativa do poder de compra da generalidade da população, dando assim um forte contributo para a quebra da riqueza produzida no país, para o definhamento do sector produtivo, com evidentes repercussões no aumento do desemprego.

 

“Acordo” agrava problemas da economia

 

Os dados agora divulgados, quer aqueles que respeitam ao comportamento recente da economia, quer os que perspectivam os próximos anos, não deixam dúvidas quanto às consequências com que os portugueses se debateriam caso as medidas do “Acordo” do FMI/UE/BCE com o Governo do PS, o PSD e o CDS fossem concretizadas.

 

Tais medidas levariam:

  • · A uma quebra do PIB superior a 4% no final de 2012, acentuando assim a fragilidade do tecido produtivo e aumentado a dependência externa, ao mesmo tempo que o fosso entre Portugal e a média da UE se ampliava;
  • · À redução do consumo privado em mais de 8,2% com implicações na degradação das condições de vida da generalidade dos portugueses;
  • · A uma redução de 11% do consumo público, acentuando a desresponsabilização do Estado na economia, nomeadamente na garantia das respectivas funções sociais;
  • · Ao aprofundamento da quebra do investimento em mais 17%, pondo em causa a dinamização e revitalização do tecido económico e do desenvolvimento do país;
  • · A uma subida do desemprego para 13%, já em 2012;
  • · Ainda a uma redução dos custos reais unitários do trabalho superior a 3,1% em três anos.

 

Outro rumo é possível

 

Portugal não está condenado ao aumento da pobreza e das desigualdades sociais.

 

A CGTP-IN reafirma a necessidade e urgência de uma mudança de política. Neste contexto impõe-se:

 

  • · A reestruturação e renegociação da dívida externa, a par de um alargamento do prazo para redução do défice das contas públicas, de forma a possibilitar condições para o crescimento da economia;
  • · Uma aposta efectiva no sector produtivo, indispensável para a resposta às necessidades do mercado interno, com a consequente redução das importações e do endividamento externo;
  • · A melhoria do poder de compra dos salários e das pensões para dinamizar a actividade económica, criar mais e melhor emprego e responder às necessidades e anseios da generalidade da população portuguesa;
  • · O alargamento da protecção social, num quadro em que não pára de aumentar o número de portugueses que desta necessitam;
  • · A valorização da Administração Pública, enquanto garante das funções sociais do Estado e a revitalização do Sector Empresarial do Estado, como garante de importantes serviços públicos.

 

 

DIF/CGTP-IN

Lisboa, 13.05.2011