A análise da proposta de Orçamento de Estado para 2017 (OE2017) revela que, com limitações, há uma continuidade da política de recuperação de rendimentos dos trabalhadores e pensionistas. Contudo no entender da CGTP-IN, a situação do país, que o cenário macroeconómico em parte reflecte, exige medidas de reposição mais ousadas e a implementação de outras que rompam com o modelo económico assente em baixos salários, precariedade dos vínculos laborais e uma produção que, na generalidade, se traduz num baixo valor acrescentado.

A resposta aos problemas estruturais é tanto mais importante quanto se constata que o abrandamento do ritmo de crescimento previsto para 2016 se deve, entre outros, à insuficiência na procura interna com a redução do investimento. A contradição entre a aposta no desenvolvimento de Portugal e a aceitação das imposições externas é cada vez mais difícil de contornar.

Por isso as projecções constantes do OE2017, e que resultam de opções assumidas pelo Governo ficam aquém do que é necessário e exigível realizar no próximo ano.

Para a CGTP-IN a aposta na procura interna suportada, nomeadamente, pelo investimento e o aumento dos salários e das pensões, constituem elementos indispensáveis para melhorar a vida dos trabalhadores e das suas famílias, responder às necessidades das micro e pequenas empresas, criar mais e melhor emprego e relançar de forma sustentada a economia.

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