Os Trabalhadores da Sousacamp reiteraram a sua preocupação quanto à possibilidade de o anterior accionista, responsável pela actual situação precária da empresa, voltar a assumir o seu controlo e gestão.

Conhecedores da existência de uma proposta de recuperação apresentada à Comissão de credores, encabeçada por Artur Sousa, fundador e administrador do grupo até ao actual processo de insolvência, os Trabalhadores, reunidos ontem em plenário no centro de produção de Paredes, deram conta de que estão inequivocamente sobressaltados com a possibilidade de ser esse o sentido de viabilização escolhido pelos principais credores, alertando-os para os malefícios e evolução altamente prejudicial que essa escolha possa trazer ao regular quotidiano da empresa, e estarão atentos às decisões que possam sair da assembleia de credores, já no próximo dia 5 de junho.

Os Trabalhadores antecipam com preocupação a possibilidade de voltar a vigorar na empresa o espírito austero e de recusa total aos direitos laborais que caracterizaram a gestão anterior e levou, inclusivamente, a várias denúncias públicas do seu sindicato pelo constante ambiente de terror psicológico que a administração procurava, diariamente, implementar. Algumas das mazelas decorrentes desse período negro da empresa estão, ainda hoje, por recuperar, não obstante o facto de, de forma sólida e sensata, em trabalho conjunto entre sindicato e administração actual, se ter vindo a requalificar o ambiente interno por via da reposição de condições e cumprimento dos direitos laborais.

Conhecedores da existência de alternativas, inclusivamente provenientes de investidores nacionais interessados no negócio, os Trabalhadores, de forma clara, afirmaram estar recetivos à entrada de uma nova administração, com ideias “frescas” e modernas, consciente de que o bem-estar dos seus trabalhadores e o cumprimento com os seus direitos laborais são peça fundamental no crescimento da produtividade e expansão do negócio.

Recorde-se que o grupo Sousacamp é líder nacional na produção de cogumelos, detendo cerca de 90% do mercado nacional e conta com cinco fábricas em Portugal e duas em Espanha, empregando mais de 500 pessoas.

FONTE: SINTAB