carrisApesar das más experiências anteriores, a Carris voltou a lançar um concurso para entregar a privados a fiscalização de títulos de transporte. “A opção de entregar a um privado 2 milhões de duzentos mil €, pela execução deste contrato, levanta­-nos igualmente sérias dúvidas, quanto à sua razoabilidade económica", considera o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários Urbanos".

Comunicado do STRUP aos trabalhadores da Carris

MAIS UMA VEZ A ENTREGA A PRIVADOS DA FISCALIZAÇÃO, A CONCRETIZAR-SE SERIA CONTRÁRIA AOS INTERESSES DOS TRABALHADORES E DA PRÓPRIA EMPRESA

Apesar dos contactos semanais que têm existido entre as ORT's e o Conselho de Administração (no âmbito do acompanhamento das medidas que têm sido implementadas para proteção dos trabalhadores na pandemia em curso), o Conselho de Administração não achou importante informar que estava a desenvolver um concurso para aquisição de serviços de fiscalização de títulos de transporte.

O STRUP foi surpreendido pela publicação em Diário da República, no dia 1de junho, deste concurso para entrega a privados da fiscalização comercial da Carris, com um contrato que se pretende anual, podendo ser alvo de duas renovações, com um valor de 2 milhões e duzentos mil euros.

Contatado o C.A., este confirmou que se trata de um concurso de qualificação prévia, em que pretende aferir das condições das empresas que se candidatem, para cumprir com o contrato e que tal se deve ao objetivo de aumentar os efetivos nesta área.

O STRUP considera esta opção do Conselho de Administração completamente contrária, aos objetivos de desenvolvimento e crescimento da empresa, que deveriam ser a principal preocupação do C.A.

As más experiências tidas com a "Strong" e a "2020", deveriam ter servido para demonstrar que a aposta no desenvolvimento desta área, deveriam assentar na existência de meios próprios da empresa, avançando para a abertura de concurso interno para os trabalhadores da área do tráfego, procurando aí (em quem conhece o serviço) as soluções de aumento e estabilização de um quadro de trabalhadores da fiscalização, mesmo que isso significasse aumentar as admissões para motoristas e guarda-freios, mantendo as possibilidades de reconversões quando elas se verificarem e não rejeitando a contratação direta de trabalhadores do exterior para ocuparem estes postos de trabalho, se se revelasse insuficiente a dotação pelo concurso interno.

A opção de entregar a um privado 2 milhões de duzentos mil €, pela execução deste contrato, levanta­ nos igualmente sérias dúvidas, quanto à sua razoabilidade económica.

Contas feitas, contabilizando o vencimento auferido hoje pelos trabalhadores da fiscalização, com o subsídio de refeição e os encargos patronais para a TSU, estes milhões dariam para pagar durante 1 ano {14 meses) a 96 trabalhadores.

Há efetivamente um negócio...mas este só é vantajoso para o privado vencedor.

O STRUP não deixará de em todas as instâncias colocar a necessidade de reconsideração desta medida e da necessária salvaguarda dos postos de trabalho existentes.

Dá mais força à luta pelos teus interesses, SINDICALIZA-TE NO STRUP!