Greve nos call centers da Armatis Portugal
12 de dezembro
Concentração de trabalhadores junto às instalações em Guimarães entre as 10h30 e as 12h30 na Avenida Conde de Margaride, nº 279
Os trabalhadores da Armatis Portugal fizeram a primeira greve no dia 14 de fevereiro de 2022 em defesa de aumento salarial e subsídio de refeição, estagnados há já alguns anos. A empresa posteriormente vem responder à reivindicação com um «truque», eliminando na totalidade o subsídio de línguas e parte do premio de absentismo, transferindo estes valores para o salário fixo.
Os trabalhadores não se conformaram com a decisão da empresa, pois consideraram que efectivamente não houve nenhum aumento no rendimento global, isto é, a empresa não acrescentou 1 cêntimo e tudo ficou igual.
O sindicato desenvolveu todas as diligencias possíveis no sentido de abrir caminho para o diálogo com a empresa para se encontrar um entendimento a favor de todas as partes envolvidas, mas, da parte da gestão nunca chegou a existir qualquer sinal.
Assim, na Armatis Portugal continua a ilusão de um aumento salarial que nunca existiu, os trabalhadores perderam o subsídio de línguas e parte do prémio de absentismo, e, entretanto, os valores correspondentes que entraram na remuneração fixa, vão sendo rapidamente absorvidos pela inflação, acrescentando a evolução do salário mínimo nacional a partir de janeiro de 2023 a encurtar a distância entre vencimentos. A curto prazo, estes trabalhadores qualificados estão com o salário mínimo nacional.
São factos que obrigaram os trabalhadores novamente a reunir, confirmando o inconformismo e dispostos a continuar a luta por um aumento efectivo no salário e no subsídio de refeição, face ao agravamento do custo de vida pressionado por uma elevada inflação que não promete abrandar.
Os trabalhadores acompanham os noticiários que lhes mostram todos os dias exemplos de agravamento do custo de vida, desde o aumento de juros para quem comprou casa, ao aumento brutal e continuado dos combustíveis, energia, alimentação, bens de primeira necessidade, tudo aumenta, menos os salários que continuam estagnados e, entretanto, elevam-se os lucros extraordinários das grandes empresas e grupos económicos.
O «negócio dos call centers» não são excepção, segundo declarações da APCC para o ECO (jornal económico), encerra o ano com uma receita superior a 3000 milhões de euros, sendo que mais de metade das empresas, como é o caso da Armatis Portugal, atende clientes estrangeiros.
Assim, os trabalhadores em plenário decidiram continuar com a luta por melhores salários e condições de trabalho e decidiram agendar uma greve nos seguintes termos:
GREVE dia 12 de dezembro – concentração frente ao local de trabalho em Guimarães a iniciar às 10h30 até às 12h30
A partir de 19 de dezembro, greve intermitente às segundas feiras até final de fevereiro de 2023, abrangendo três períodos do dia, nomeadamente: 1º 09:00 – 11:00 / 2º 15:00 – 17:00 / 3º 19.00-21:00
Fonte: Sinttav