Com a direcção da fábrica de escapes e a administração da multinacional a tentarem ignorar as justas reivindicações dos trabalhadores da Faurecia, estes voltam a cumprir hoje um dia de greve e concentram-se no exterior, durante a manhã.
A luta foi decidida em plenário, a 23 de Maio, perante a recusa patronal de ir ao encontro da exigência de aumento justo do salário e valorização das carreiras profissionais, entre outros pontos do Caderno Reivindicativo apresentado pela Comissão Sindical do SITE Norte.
Estão vivas na memória as primeiras greves na Faurecia - Sistemas de Escape Portugal, SA, com elevada adesão, no ano de 2022 (a 7 de Julho e a 10 e 11 de Novembro).
Lucram muito, pagam mal
É sabido que, nos anos de 2019 a 2021, a empresa teve resultados líquidos (lucros) no valor de 47 milhões de euros, mas mantém a grande maioria dos seus trabalhadores com o salário mínimo.
Esta é a empresa do Grupo Faurécia em Portugal que melhores resultados tem obtido, mas os seus trabalhadores são os mais mal pagos.
Mas a resposta patronal volta a ser de ataque à luta.
Tal como no ano passado (em que pressões semelhantes acabaram por não surtir o desejado efeito), a direcção da Faurecia tentou intimidar os trabalhadores e levá-los a não fazerem greve. No circuito interno, os televisores exibiram uma mensagem a insinuar que quem aderisse à greve estaria a pôr em causa o bem-estar da sua família e o seu posto de trabalho.
Deste facto, o SITE Norte deu conhecimento à Autoridade para as Condições do Trabalho, exigindo a sua intervenção.