Na reunião de ontem, em resposta à proposta de um aumento salarial de 150€ para todos os trabalhadores, o C.A. Conselho de Administração da CARRIS respondeu com uma proposta de 53€, embora admitindo ter ainda margem para evoluir, dizendo que esperava poder haver uma reformulação das propostas sindicais.

Para a FECTRANS/STRUP esta proposta do C.A. não é passível de levar a qualquer reformulação, porque a proposta apresentada está sustentada pelo agravamento das condições de vida dos trabalhadores, concretamente pela inflação registada, acrescida dos custos com a habitação, que fazem com que a insuficiente actualização dos salários ocorrida em 2023, tenha sido completamente absorvida por aqueles custos.

Há condições para o aumento dos salários e é a própria administração a colocar no seu Orçamento para 2023, que previa terminar o ano com um resultado líquido positivo de 1,5 milhões de euros e afinal no Plano de Actividades e Orçamento (PAO) para 2024, estima terminar o ano de 2023 com um resultado de 2,6 milhões de euros.

Apesar de ter afirmado em 2023 que a actualização ocorrida naquele ano, foi um esforço acima das suas possibilidades, afinal, terminou o ano com mais de 1 milhão de euros acima do que orçamentou.

Tal como a sempre afirmámos, havia margem para aumentar mais os salários e o mesmo acontece em 2024, porque o C.A. prevê terminar o ano com mais de 1, 2 milhões de euros de resultados líquidos positivos.

Dizemos nós, que é por isso hora do C.A., na próxima reunião que ficou marcada para o dia 15/03, reformular a sua proposta, vindo ao encontro da proposta que apresentámos.

Para além dos salários, como colocámos na nossa proposta de revisão, queremos ainda discutir a evolução para as 7 horas diárias, o aumento do subsídio de refeição para 15€, o acréscimo do valor do trabalho nocturno, a melhoria das anuidades, o passe para a área metropolitana, a evolução no regime de férias, por forma a reconhecer e premiar a penosidade do trabalho nocturno, entre outras.

Também deixámos expresso que queremos ver discutido quer o AE para os trabalhadores da CarrisBus, quer a negociação do AE dos quadros técnicos, pelo que esperamos assim que na próxima reunião o C.A. evolua de forma substancial. Caso assim não seja, sabemos que o factor desbloqueador será sempre a determinação dos trabalhadores, pelo que desde já não enjeitamos a possibilidade de marcação de um plenário geral, que defina as formas de luta necessárias, para a melhoria real e substancial das nossas condições de vida.

Fonte: Fectrans