Face ao aumento inusitado de preços nos refeitórios municipais…Julgará a CML que os trabalhadores tiveram aumentos salariais na ordem dos 25% a 50%?
Nas primeiras semanas de abril, o STML foi alertado por inúmeros trabalhadores sobre o aumento dos preços de determinados itens dos refeitórios municipais. Em alguns casos, o aumento foi da ordem dos 50%, como o exemplo da sandes de ovo, que passou de 1,20€ para 1,80€, ou ainda o caso de determinadas bebidas (sumos), cujo aumento foi de 25%, passando de 0,80€ para 1€.
Sobre estes aumentos incompreensíveis, o STML questionou o Diretor Municipal dos Recursos Humanos a 11 de abril, tendo alertado o Gabinete do Vice-Presidente da autarquia nesta mesma data. Das explicações concedidas ao Sindicato, resulta o argumento de que “há muito que os preços não eram atualizados”, acrescentando os responsáveis municipais que a nova Tabela de Preços foi negociada com os Serviços Sociais da CML (SSCML), que detém a concessão sobre a gestão dos refeitórios municipais.
Contudo, resta-nos relembrar que os trabalhadores da CML, integrados na realidade mais vasta da administração pública, não são aumentados realmente desde 2009 (ano em que o aumento salarial anual, de 2,9%, foi superior à taxa de inflação). Em todos os anos seguintes, houve sempre lugar à diminuição do seu poder de compra, ou pela política de congelamentos salariais, ou pelos aumentos que não consideraram simplesmente a taxa de inflação do respetivo ano.
Na prática, pelas opções políticas de sucessivos governos, os trabalhadores da administração pública têm perdido rendimentos há mais de uma década, constatação à qual se deve associar o aumento dos preços dos bens e serviços essenciais, ainda hoje uma realidade concreta, mesmo com a diminuição da taxa de inflação.
É neste contexto, que se questionam as “negociações” entre a CML a os SSCML sobre a nova Tabela de Preços, relembrando em simultâneo que os Refeitórios Municipais não são “restaurantes” ou espaços privados, mas antes a materialização concreta de uma responsabilidade e obrigação social da CML perante os seus trabalhadores. Já foi negativo a decisão em 2015 de concessionar a gestão destes equipamentos para os SSCML, que o STML sempre contestou e continua a criticar, para não abordar a fraca qualidade das refeições que hoje são servidas diariamente, para agora aumentarem os preços de forma exorbitante sem considerar nenhuma das preocupações que de facto devem nortear este tipo de decisões, isto é, as condições socioeconómicas dos trabalhadores do município.
Razões mais do que suficientes para o STML afirmar que não deixará de exigir a diminuição destes preços, respeitando tudo o que até agora a CML preferiu ignorar!
FONTE: STML