Os trabalhadores da Resinorte, com uma unidade em Riba de Ave, vão fazer greve esta sexta-feira, «por melhores salários e condições laborais»
Esta sexta-feira, a partir das 10 horas, os trabalhadores vão concentrar-se à porta da Resinorte – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, em Riba de Ave, para mostrar o seu descontentamento.
Esta paralisação resulta da intransigência da administração em responder positivamente às reivindicações dos trabalhadores, que recusam receber “migalhas”, numa empresa que, em 2023, obteve um resultado líquido positivo de mais de 600 mil euros… mas que distribuiu dividendos de 730 mil euros (!), o que significa uma clara e preocupante descapitalização.
Em finais de Maio, o STAL reuniu-se com a administração da Resinorte, para discutir diversas matérias do "caderno reivindicativo” dos trabalhadores, nomeadamente o aumento dos salários e dos subsídios de refeição, transporte e de risco; a valorização das categorias e das carreiras profissionais; horários de trabalho e o trabalho extraordinário; combate ao assédio laboral; e a celebração de um Acordo de Empresa.
Dessa reunião resultou uma verdadeira… "mão cheia de nada"! A administração limitou-se a "sacudir a água do capote", apresentando as desculpas de sempre: contas reguladas, valores aprovados pela ERSAR, necessidade de esperar o próximo período regulatório (três anos) para responder às reivindicações dos trabalhadores…
Mas, vejamos: em 2023, a empresa (do Grupo EGF, que teve cerca de 10 milhões de euros de lucros) obteve um resultado líquido positivo de 605.930,74 euros (tendo o lucro antes dos juros e impostos crescido 140% face a 2022). E decidiu distribuir dividendos no valor de 730.396 euros! Ou seja, optou-se por descapitalizar a Resinorte, em vez de se reinvestir na empresa e nos trabalhadores, o que é inaceitável, face ao importante contributo destes – com o seu árduo trabalho, empenho e dedicação – para os resultados. Em suma, enquanto os trabalhadores “apertam o cinto”, os accionistas enchem os bolsos…
Fonte. STAL