Numa reunião com o secretário de Estado do Trabalho, a Fiequimetal exigiu o fim imediato do lay-off na VW Autoeuropa, por ser desnecessário e para defender a Segurança Social. É preciso preservar também a saúde, o emprego e as condições de vida de todos os trabalhadores.
A reunião teve lugar no dia 12 e dela a Fiequimetal deu conhecimento aos trabalhadores, num comunicado em distribuição.
Os representantes sindicais, além de comprovarem e reafirmarem a desnecessidade deste recurso ao lay-off, exigiram do Governo o fim imediato deste processo, porque descapitaliza a Segurança Social.
Ao mantê-lo, o Governo contradiz a propalada necessidade de sustentabilidade da Segurança Social, procurando assim encontrar pretexto para reduzir a protecção social.
É já a terceira vez que a VW Autoeuropa recorre ao lay-off: primeiro, foi a falta de chips; depois, foram as cheias na Eslovénia; agora, procuram justificar com uma crise inexistente.
De todas as vezes, as primeiras vítimas foram os trabalhadores com vínculo precário, nas empresas fornecedoras da Autoeuropa.
Para cumprir o volume de produção que tem previsto, a administração acelera a cadência das linhas de montagem, impondo ritmos de trabalho desumanos, para produzir mais carros em menos dias e com menos trabalhadores.
Isto tem como consequência o aumento e agravamento dos já muitos casos de doenças profissionais. Em alguns casos, os trabalhadores ficam incapacitados para o trabalho e para a normalidade da sua vida pessoal e familiar.
Para a Fiequimetal, assim, não pode ser!
Ficou agendada para Setembro nova reunião no Ministério, a fim de continuar a discussão destas matérias.
Sem prejuízo deste agendamento, continua-se a exigir do Governo:
• Que todas as situações sejam sujeitas a prévias e criteriosas autorizações;
• A garantia da manutenção do emprego a todos os trabalhadores, directos e indirectos, em todas as empresas;
• A garantia da manutenção da totalidade dos rendimentos mensais e de todos os direitos dos trabalhadores.
Audição no Parlamento
O SITE Sul, convocado para uma audição na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, na Assembleia da República, a pedido do Grupo Parlamentar do PCP, no dia 3 de Julho, prestou esclarecimentos sobre o processo de lay-off na VW Autoeuropa. Reiterou, nomeadamente, que na empresa há recursos financeiros e mecanismos internos acordados que permitem fazer face a estes períodos de paragens, sem o recurso ao financiamento através da Segurança Social.
O sindicato tem defendido, desde 2018, que a administração promova investimentos na fábrica, não só para a descarbonização, mas também para aumentar a capacidade produtiva e aliviar a penosidade do horário AE19.