Trabalhadores da Higiene Urbana da Câmara Municipal de Lisboa estarão em GREVE na semana do Natal!
No âmbito da Greve determinada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) e pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL), para o período de 25 a 31 de dezembro, prevê-se realizar no dia 26 de dezembro uma conferência de imprensa com o objetivo de transmitir os dados da adesão à greve, além de relembrar e explicar os motivos que justificam a luta dos trabalhadores deste setor de atividade.
Não se pode prestar um bom serviço público quando 45,2% das viaturas essenciais à remoção se encontram inoperacionais! Não é possível um serviço público de qualidade com 22,6% da força de trabalho da higiene urbana diminuída fisicamente ou de baixa por acidentes de trabalho!
Perante uma realidade laboral onde impera a prepotência e a desorganização do trabalho, colocando em risco numa base diária a saúde e a integridade física dos trabalhadores, para além da carência sem precedentes de meios mecânicos (camiões de remoção e carrinhas de apoio à remoção), como se pode exigir aos trabalhadores que cumpram as suas obrigações profissionais?
Tem-se assistido no essencial a uma incapacidade gritante da CML em organizar a força de trabalho que tem à sua disposição neste setor de atividade, além de não responder aos reais problemas que atualmente se vivem na Limpeza Urbana, apontando agora, e por fim, projetos e soluções que priorizam o setor privado como remédio para todos os males, quando a experiência histórica comprova claramente o contrário. Neste encadeamento, questiona-se igualmente que outros projetos estarão na calha para o futuro imediato?
Relembramos que perante os compromissos assumidos e não cumpridos com o Sindicato – expressos em acordo assinado em junho de 2023 entre ambas as partes -, ou as respostas pelas quais os trabalhadores continuam à espera em torno das suas reivindicações, entregues formalmente nos Paços do Concelho em maio deste ano, somam-se agora as opções políticas do Executivo que permitiram abrir portas ao setor privado para a realização de determinadas funções associadas ao serviço público de higiene urbana.
Acresce neste contexto, o enorme desprezo pelos direitos dos trabalhadores, com a banalização de decisões arbitrárias que ofendem a sua dignidade numa base diária. Exemplos como a mudança forçada de local de trabalho, ignorando em toda a linha as suas dinâmicas pessoais e familiares, negando o Direito à conciliação com a vida pessoal e familiar, ou ainda os castigos e as ameaças com a alteração dos horários de trabalho, tentando impor uma filosofia que encara os trabalhadores como meras peças de uso intensivo e desgaste rápido, para a seguir os descartar se for o caso.
Caso a CML não encare de forma séria e responsável as reivindicações dos trabalhadores, a luta continuará inevitavelmente para além do Natal deste ano.
FONTE: STML