A CGTP-IN saúda a justa luta dos estivadores do Porto de Setúbal contra a desregulamentação das relações laborais, pelo direito à estabilidade e segurança no emprego.
É inadmissível que o Governo, ao invés de obrigar a empresa a passar ao quadro de efectivos a generalidade dos estivadores que todos os dias são, simultaneamente, contratados e despedidos, opte por enviar forças de segurança para dar cobertura à ilegalidade e à prepotência patronal.
Mais uma vez, o Governo tem dois pesos e duas medidas: de costas voltadas para os trabalhadores e de submissão perante os interesses das multinacionais.
Com efeito, é estranho que os que invocam eventuais prejuízos desta luta para a economia, não tenham feito uma referência sobre o impacto da recente paragem da produção de automóveis durante uma semana na Autoeuropa.
Acresce que o prolongamento desta luta só ocorre por responsabilidade do Governo. Tivesse exigido da empresa o cumprimento das obrigações que tem com os estivadores e, naturalmente, o conflito teria sido ultrapassado.
Neste quadro, exige-se que o Governo faça aquilo que até agora não fez:
A adopção de medidas imediatas que obriguem a empresa a contratar os estivadores para o quadro de efectivos e iniciar a negociação para uma convenção colectiva que regule as condições de trabalho e valorize os trabalhadores.
Para a CGTP-IN, o crescimento da economia é indissociável da melhoria das condições de vida e de trabalho dos trabalhadores e das suas famílias e não do esmagamento dos seus direitos fundamentais.
Lisboa, 23 de Novembro de 2018