Ao mesmo tempo que as grandes empresas e grupos económicos anunciam lucros como nunca tiveram, o INE confirma a degradação da situação social com o aumento do desemprego.

No 1º trimestre havia mais 72 mil trabalhadores desempregados do que no mesmo trimestre do ano passado (+23%), tendo também aumentado em relação ao trimestre anterior (+11%). 

A taxa de desemprego subiu de 5,9% para 7,2% no espaço de um ano, atingindo ainda mais as mulheres (7,5%) e sobretudo os jovens com menos de 25 anos (19,6%). Mas juntando os trabalhadores a tempo parcial que queriam trabalhar mais horas, os desencorajados e ainda os inactivos indisponíveis, a subutilização do trabalho abrange quase 681 milhares e representa 12,5% da população activa, tendo também crescido face ao trimestre anterior e homólogo.

Ao mesmo tempo há cada vez mais desempregados sem acesso a prestações de desemprego: 65% face a 55% há um ano. Mais de metade dos desempregados com prestações de desemprego recebem no máximo 500 euros mensais - valor abaixo do limiar da pobreza - devido aos baixos salários, precariedade e carreiras irregulares.

A precariedade do emprego aumentou, afectando agora 717 mil trabalhadores (17% dos assalariados), mais 50 mil do que no ano passado, uma estimativa que peca por defeito. Os jovens trabalhadores são os mais atingidos: 56% entre os menores de 25 anos e 27% no grupo dos 25 aos 34 anos. 

A remuneração base média bruta (no valor de  1.138 euros) caiu 0,4% em termos reais face ao trimestre homólogo, tendo a remuneração total caído 0,6% (inclui todas as componentes da remuneração), segundo dados administrativos da Segurança Social também divulgados pelo INE.

As operações de cosmética levadas a cabo pelo Governo do PS, não dão resposta aos problemas estruturais do país. O emprego criado na sua maioria é precário e perpetua os baixos salários, agravando as desigualdades.

É preciso uma política alternativa que distribua de forma justa a riqueza, que respeite e valorize o trabalho e os trabalhadores, que promova a produção nacional, que recupere para o Estado as empresas e sectores estratégicos, que defenda e invista nos serviços públicos e nas funções sociais do Estado.

É urgente aumentar salários e erradicar a precariedade, o aumento de salários dinamiza a economia e contribui para o aumento do emprego. A vida está a demonstrar que a inflação persiste, mesmo quando o salário real cai.

O aumento geral e significativo dos salários para todos os trabalhadores em pelo menos 10% com um mínimo de 100€ e a fixação imediata do aumento do salário mínimo nos 850€  são respostas justas e necessária que é urgente e possível dar neste momento.

EMP/CGTP-IN