libia.jpgUm conjunto de organização portuguesas de defesa da paz e da solidariedade, sociais, políticas e sindicais, entre as quais a CGTP-IN, aprovou, no passado dia 15 de Março, uma posição comum sobre o risco de uma agressão militar à Líbia que abaixo se transcreve.

Não à agressão militar contra a Líbia

As organizações signatárias apoiam as legítimas aspirações políticas, económicas e sociais dos trabalhadores e do povo da Líbia, não podendo deixar de manifestar a sua profunda preocupação e condenação pelas posições recentemente assumidas por parte de potências e organizações estrangeiras, nomeadamente os Estados Unidos da América, a União Europeia, a NATO e a Liga Árabe, no sentido de aproveitarem a situação de conflito armado no país para uma inaceitável ingerência nas questões internas deste Estado e uma clara intenção da busca de pretextos para uma agressão militar camuflada, ou não, de " ajuda humanitária".

Denunciando a pressão que os EUA, a UE e a NATO (com o seu novo conceito estratégico) têm exercido ao deslocarem forças militares para a zona, e mediante acções diplomáticas e mediáticas, pressão que tem contribuído para uma ainda maior desestabilização da situação interna e que poderá desencadear o risco, ou somar pretextos, para uma intervenção directa;

Afirmando que qualquer agressão, mascarada de "ajuda humanitária" ou de qualquer outro pretexto, tentará na realidade garantir o controlo dos recursos naturais líbios e a implantação permanente de forças militares que aumentem a esfera de influência dos invasores, criando condições para tentar impedir o avanço das revoltas populares da região, que vêm aliando às exigências de melhores condições de vida também o pleno acesso a direitos sociais e laborais e a concretização de maior independência e soberania nacionais;

Lembrando que qualquer intervenção militar terá como primeira vítima o povo líbio, e que disso são exemplo as intervenções de "forças aliadas", com ou sem mandato das NU, nos Balcãs, Iraque e Afeganistão;

Exigimos uma resolução pacífica do conflito que recuse qualquer ingerência estrangeira, e que o Governo Português, actualmente com assento no Conselho de Segurança da ONU, actue em consonância com a Constituição da República Portuguesa, nomeadamente do seu artigo 7º.