DESEMPREGO CONTINUA A AUMENTAR
A situação de degradação das condições económicas e sociais que os dados hoje divulgados revelam exigem a tomada de medidas efectivas de protecção do emprego, de protecção dos milhares de trabalhadores em situação de desemprego, ao mesmo tempo que deixam claro a necessidade de inversão das opções políticas que vêm sendo prosseguidas em termos de modelo de desenvolvimento económico, conforme proposto recentemente CGTP-IN aos partidos políticos e à sociedade portuguesa.

Comunicado de Imprensa n.º 054/09

MEDIDAS INSUFICIENTES
DESEMPREGO CONTINUA A AUMENTAR

A divulgação da estimativa relativa ao desemprego no 2º trimestre de 2009 indica um agravamento do desemprego, quer em termos homólogos quer em termos trimestrais.

A CGTP-IN salienta que, nos dados hoje divulgados, não são desagregados os inactivos disponíveis, pelo que o número do desemprego real é ainda mais elevado que os 507,7 mil desempregados. O crescimento do desemprego, segundo a taxa oficial, ultrapassou os 9% o que representa um aumento de mais de 97,8 mil desempregados num só ano e, 11,9 mil nos últimos três meses

Esta taxa de desemprego verificada no primeiro semestre de 2009, é já uma das mais elevadas dos últimos 30 anos.

Ao aumento do desemprego junta-se a redução do emprego, com menos 151,9 mil empregos num ano e perto de 30 mil nos últimos três meses. Neste âmbito, é com profunda preocupação que se consta a fortíssima redução de postos de trabalho na indústria, construção energia e água, com menos 95 mil empregos, 42 mil dos quais destruídos no sector produtivo e mais de 45 mil na construção.

O ténue sinal de inversão da tendência de quebra do produto não teve assim efeitos na espiral de destruição de postos de trabalho, espelhando deste modo a ineficácia das medidas que, de forma avulsa, vêm sendo tomadas.

Para a CGTP-IN a inversão da situação de crise com que o país hoje se confronta tem de ser medida por uma efectiva alteração das condições de vida dos trabalhadores e da generalidade da população, na criação de trabalho com direitos, na estabilidade profissional, no aumento do poder de compra da população, no acesso a bens e serviços Constitucionalmente garantidos, como a protecção no desemprego, doença, acesso à educação e cuidados médicos entre outros indicadores.

Neste quadro, a não inversão do sentido das políticas, apenas beneficia uma pequena minoria que nestes tempos de crise vê os seus rendimentos aumentar, enquanto que:

  • À maioria é negado o emprego, com especial incidência no desemprego juvenil com uma taxa próxima dos 19%, tendo desemprego entre os jovens com idade entre os 15 e os 34 anos subido em mais 52,4 mil;
  • A precariedade se confirma como uma autêntica antecâmara do desemprego, sendo a principal causa para o seu continuado crescimento, constatando-se que, mesmo num quadro de não renovação dos contratos a prazo, a precariedade continua a abranger mais de 1 em cada 5 assalariados;
  • A pressão para redução dos salários se intensifica, agravando a desigualdade social e acentuando o desequilibro na repartição do rendimento;
  • O acesso a prestações sociais, nomeadamente de desemprego, marginaliza cada mais trabalhadores deixando sem qualquer apoio cerca de 300 mil desempregados.

A situação de degradação das condições económicas e sociais que os dados hoje divulgados revelam exigem a tomada de medidas efectivas de protecção do emprego, de protecção dos milhares de trabalhadores em situação de desemprego, ao mesmo tempo que deixam claro a necessidade de inversão das opções políticas que vêm sendo prosseguidas em termos de modelo de desenvolvimento económico, conforme proposto recentemente CGTP-IN aos partidos políticos e à sociedade portuguesa.

A adopção de medidas que se traduzam numa verdadeira melhoria das condições e de trabalho da população, conforme a CGTP-IN vem propondo, é uma exigência pela qual continuará a lutar.

DIF/CGTP-IN

Lisboa, 14.08.2009