Declaração do Secretário-Geral dirigida à Direcção do jornal Correio da Manhã sobre a noticia de 1ª página do dia 20 de Outubro
O Correio da Manhã publica, na sua edição de hoje, um título de
primeira página “RTP paga avenças a políticos”, acompanhado de
fotografias, entre as quais a minha, com a indicação de que a RTP me
paga 600€ por programa daquela estação, relativo ao painel em que venho
participando nas últimas semanas.
Sobre tal notícia quero informar o seguinte:
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Declaração
O Correio da Manhã publica, na sua edição de hoje, um título de primeira página “RTP paga avenças a políticos”, acompanhado de fotografias, entre as quais a minha, com a indicação de que a RTP me paga 600€ por programa daquela estação, relativo ao painel em que venho participando nas últimas semanas.
Sobre tal notícia quero informar o seguinte:
- A RTP, manifestou interesse em assegurar a minha colaboração como “comentador residente” da estação.
- Desde o primeiro momento, por afirmações da pessoa que me contactou, ficou claro que o convite era feito a título individual, tinha em consideração o facto público e notório de que deixarei de exercer as funções de Secretário-Geral da CGTP-IN, em 28 de Janeiro próximo e que o objectivo da RTP era garantir, desde já, os meus comentários no quadro de um programa da sua nova grelha, que se prolongará pelo ano de 2012.
- Pedi algum tempo para pensar no assunto e aceitei, observando que tal colaboração não poderia impedir o exercício de funções de representação da CGTP-IN, enquanto me mantiver nelas.
- A aceitação do convite sustentou-se naquilo que expresso no ponto 2. e, acima de tudo, numa atitude que qualquer sindicalista deve assumir: os sindicalistas não são (jamais) cidadãos menores na sociedade, ou nos seus espaços de debate social, económico e político.
- Quero deixar claro que até agora não assinei qualquer contrato com a RTP e não me foi paga qualquer retribuição.
- Por questões de princípio, mesmo enquanto for Secretário-Geral da CGTP-IN não me sinto impedido de participar no referido programa. Tenho estado e contínuo disponível para nele continuar. Repito que a função de sindicalista não é menos nobre do que a actividade profissional ou outra de qualquer comentador, deste ou de outro canal de televisão.
- Como sempre salvaguardarei os princípios éticos e morais e o espaço de afirmação dos elevados interesses colectivos inerentes à representação pública da CGTP-IN, mesmo perante a hipótese de a RTP me vir a apresentar um contrato que inclua um pagamento, face à colaboração prestada.
- Sempre que estive ou estou, na qualidade de dirigente da CGTP-IN, em representação institucional ou não, em que haja lugar a retribuição (p.e. senhas de presença, etc.) a minha atitude sempre foi clara: entregar os valores respectivos à CGTP-IN.
- Como última nota, quero afirmar que tenho somado muitos milhares de horas de trabalho não pago, prestado a imensas instituições e organizações públicas e privadas e saberei como proceder neste caso.
Com os melhores cumprimentos,
Manuel Carvalho da Silva