Na revisão do Acordo de Empresa da Navigator Company, ficam preservados os direitos consagrados e são introduzidas algumas alterações positivas, embora insuficientes. Para a Fiequimetal, em muitos dos pontos, a começar pelos aumentos dos salários, a Navigator possuía (e possui) condições para que a administração tivesse ido mais longe na sua posição.
Num comunicado emitido ontem, a federação refere que, em plenários, no dia 15 de Julho, os trabalhadores da Navigator Company aprovaram a última contraproposta da administração às suas reivindicações, decisão que terá seguimento na assinatura e publicação do texto acordado.
A administração podia ir mais longe mas não quis fazer esta opção e declarou expressamente que, se a sua proposta fosse recusada, aplicaria 0,9 por cento, sem mais nada, com um valor mínimo de 15 euros.
Esta ameaça, que contrasta muito com o volume dos lucros e dos dividendos dos últimos anos, foi transmitida em sessões de esclarecimento, com o objectivo de influenciar a decisão dos plenários no sentido da aprovação.
Finalizada a revisão do AE, continua a ser verdade que os trabalhadores merecem essa valorização, agora recusada, e, no actual contexto de subida geral de preços, precisam urgentemente de melhorar os seus rendimentos.
Corrigir e reforçar
Na actual revisão do AE ficam de fora alguns trabalhadores, que só terão uma actualização salarial de 0,9 por cento. A Fiequimetal assinala que a administração comprometeu-se a analisar cada caso com os sindicatos e a corrigir a situação dos trabalhadores que, durante o ano de 2022, tenham uma avaliação positiva.
Por isso, é importante que eventuais problemas sejam prontamente comunicados ao sindicato.
Reforçar esta ligação estreita ao sindicato, como não é de mais recordar, continua a ser fundamental para melhorar as condições de trabalho e de vida dos trabalhadores, objectivo constante da nossa acção - conclui a federação.
O essencial na tabela salarial
A actualização salarial anual é de 0,9 por cento, para os técnicos operacionais do UWF, com efeitos retroactivos a 1 de Janeiro. A empresa garante que o valor absoluto mínimo será de: 25 euros, para remunerações-base inferiores a 900 euros; 20 euros, para remunerações-base entre 900 e 1050 euros; 15 euros,
para remunerações-base superiores a 1050 euros.
A 1 de Dezembro de 2022, são eliminados os escalões de admissão na tabela salarial.
O salário de entrada passa para 872 euros e o primeiro escalão em cada nível remuneratório passa a ser o N0.
Mantém-se a progressão horizontal para o escalão seguinte, em caso de avaliação positiva, no prazo mínimo de um ano. Isto poderá resultar num aumento mínimo de 35 euros (2,2 por cento) e poderá atingir 147 euros, em alguns casos.
A partir de Janeiro de 2023, haverá uma reformulação na comparticipação do seguro de saúde, passando cada trabalhador a pagar cerca de oito euros, ou seja, cerca de 25 por cento da verba que caberia ao cônjuge.
Fica uniformizado o valor do abono para falhas, equivalente a cinco por cento da remuneração-base, a pagar em 12 meses.